Kamala Harris tem o que é preciso para derrotar Trump?

O caminho para a vice-presidente Kamala Harris garantir a indicação presidencial democrata está se abrindo. Sua elevação ao topo da chapa traria novos pontos fortes para os democratas, mas também expõe fraquezas que eram menos preocupantes para o Biden. De acordo com pesquisas recentes, a Harris está um pouco atrás do ex-presidente. Uma posição mais ou menos semelhante àquela em que o Sr. Biden se encontrava antes de seu anúncio histórico. Mas pode haver mais espaço para que esses números mudem à medida que passamos de um confronto hipotético para um muito real.

Por pelo menos um momento, os democratas têm uma injeção de energia depois de mais de três semanas de intensa preocupação com a aptidão do presidente e sua capacidade de sustentar sua campanha. Todos os principais potenciais rivais da Harris para a nomeação a apoiaram, assim como a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que continua sendo uma das figuras mais influentes na política democrata.

O principal desafio do vice-presidente será capitalizar essa aversão a Trump, atrair eleitores centristas em estados-chave e energizar a base democrata, que nas últimas semanas estava caminhando para o desespero, para corresponder ao entusiasmo que muitos da direita têm pelo ex-presidente.

Se a Harris for indicada, ela também neutralizará um dos ataques mais eficazes que os republicanos lançaram contra seu oponente: sua idade. A vice-presidente, aos 59 anos, será uma ativista mais enérgica e capaz de fazer um caso mais coerente para seu partido. Ela também pode virar a idade de Trump, de 78 anos, contra ele, já que ele se tornaria a pessoa mais velha já eleita presidente.

A Sra. Harris também pode conseguir apoio dos eleitores negros, que as pesquisas indicam que estavam se afastando do Biden nos últimos meses. Se ela puder combinar isso com mais apoio de outras minorias e eleitores mais jovens — a coalizão vencedora de Barack Obama de 2008 e 2012 — isso pode ajudá-la a ganhar terreno contra Trump no punhado de estados indecisos que decidirão a eleição deste ano.