A cantora Preta Gil contou, ontem (25), que o "câncer voltou" em quatro locais diferentes do corpo: dois linfonodos, uma metástase que fica no peritônio e uma lesão no ureter. Ela descobriu após fazer exames de rotina e já começou um novo tratamento. "Eu tive um câncer no intestino que eu tratei, me curei dele, fui liberada pelos médicos completamente para seguir uma vida perto da normalidade. Estava indo muito bem na minha reabilitação e tenho exames periódicos para serem feitos enquanto estiver em remissão. Remissão é um período de cinco anos em que o câncer pode voltar. O meu câncer voltou."
Em 2023, Preta recebeu o diagnóstico de câncer de intestino. Uma cirurgia para remoção do tumor foi realizada no dia 16 de agosto. Em dezembro, ela anunciou o fim do tratamento após um procedimento para reconstrução de parte do trato intestinal.
O retorno do câncer após um tratamento é chamado de recidiva. Segundo Daniel Garcia, oncologista clínico do A.C.Camargo Cancer Center, isso pode acontecer semanas, meses ou anos depois do momento em que o câncer primário ou original foi tratado.
A recidiva pode ocorrer basicamente de três maneiras:
Mauro Donadio, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, explica que a recidiva é relativamente comum porque, mesmo após um tratamento definitivo ou curativo, células residuais que não são detectáveis nos exames em um primeiro momento podem permanecer no corpo. Após um certo tempo, elas podem crescer, seja no local onde havia o tumor primário ou à distância.
"É isso que justifica que os pacientes façam acompanhamento periódico após o término do tratamento, com intuito de detectar precocemente essa recidiva e tratar o quanto antes para melhorar as chances de sucesso", completa o oncologista.
E o que é metástase?
Sergio Roithmann, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento, explica que a metástase significa uma doença que já fugiu do sítio inicial do diagnóstico. Ou seja, quando as células cancerosas se soltam do tumor original, migrando para outras partes do corpo e formando novos tumores. "Na fase da doença metastática, cirurgias podem ajudar, mas geralmente são necessários tratamentos sistêmicos. Estes tratamentos podem incluir quimioterapia, imunoterapia, drogas-alvo, anticorpos monoclonais", explica.