Com auditórios lotados, as assembleias docentes desegunda-feira (16) aprovaram o estado de greve em todas as universidades estaduais (UNEB, UEFS, UESC e UESB). Com ampla maioria, a decisão representa o avanço da mobilização da categoria, que negocia com o governo um plano de recomposição das perdas salariais. O estado de greve vale até a próxima rodada de assembleias, quando os/as professores/as discutirão a proposta que o governo se comprometeu, a partir da força do movimento, a apresentar em reunião da próxima quinta-feira (19). O próximo passo é deliberar ou não pelo início da greve.
Desde o mês de junho, professores e professoras estão com o indicativo de greve aprovado, pois governo só cedeu à mesa de negociação após essa decisão. A proposta de reajuste salarial do movimento docente é de três reajustes de 5,5%, nos meses de janeiro/2025, janeiro/2026 e dezembro/2026, respectivamente, totalizando 17,42% em dois anos (2025 e 2026), com respeito à data-base em janeiro.
"O nosso histórico é de muitas perdas e, na disposição de negociar, já flexibilizamos e muito a nossa proposta de índice de reajuste salarial, principalmente se considerarmos todo o cenário e números levantados pelo DIESSE, que aponta para perdas acumuladas de 35%. Assim, no sentido da flexibilização, apresentamos ao governo nossa última proposta, de três parcelas de 5,5% em dois anos, o que representa um ganho real de 4,1% ao ano. Mas o governo, que começou a negociação com uma proposta de ganho real de 0,7% ao ano e agora chega numa proposta de 1,7% no mesmo índice, não se mostra disposto à flexibilização", explicou Marcelo Lins, presidente da Adusc e Coordenador do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia.